Deformações residuais longitudinais para estimativa das propriedades físicas de madeiras produzidas em sistema agroflorestal

Resumo

Introdução: Visando correlacionar tensões de crescimento com propriedades das madeiras, o objetivo deste trabalho foi estimar a densidade e parâmetros de retratibilidade da madeira tropicais produzidas em sistemas agroflorestais na Amazônia em função de leituras obtidas pelas deformações residuais longitudinais (DRL). Metodologia: O SAF avaliado foi implantado em Ouro Preto do Oeste/RO. Foram avaliadas árvores de mogno africano (Khaya senegalensis), freijó (Cordia goeldiana), paricá (Schizolobium amazonicum) e teca (Tectona grandis). Essas árvores compõem um SAF com espécies de cultivos agrícolas entre os renques. Nas espécies madeireiras foram realizadas leituras de DRL com a árvore em pé, utilizando extensômetro (Growth Stran Gauge). Em seguida, essas árvores foram derrubadas para as seguintes avaliações da madeira: densidade básica; contrações linear, tangencial, radial e volumétrica; e coeficiente de anisotropia. Essas propriedades foram correlacionadas com a DRL para modelagem estatística. Resultados: As espécies apresentaram DRL entre 0,24 e 0,62 mm. Mogno africano e freijó apresentaram os maiores valores, sugerindo maior influência das tensões de crescimento devido à porção de lenho juvenil. Paricá e teca apresentaram menores valores, por isso pode-se inferir que as árvores dessas espécies com 19 anos tendem a apresentar características de madeira adulta nas periferias do fuste. A DRL não apresentou correlação com as propriedades físicas das madeiras, podendo indicar que as árvores possuem madeira adulta, que sofrem menor influência das tensões internas de crescimento. Conclusão: Árvores cultivadas em SAF apresentam características positivas para a produção de madeiras tropicais. Aos 19 anos, suas propriedades físicas não são afetadas pelas tensões de crescimento